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Caminho da lua e canção do vento

Postado por Ana C. |

Exulta em mim o brilho único.
Sou flor de malmequer tentando domar o negro cavalo selvagem. (Não busque entendimento onde não há.)
Pelo caminho da lua eu vou ouvindo a canção do vento, no tempo exato e certo.
As águas, em toda a terra, fluem para se encontrar. Reencontros. Sem rótulos, sem discriminações, sem superproteção.
Cada um tem o que precisa ter. Mas não são todos que conseguem ouvir a música do universo: é só pelo fim e pelo renascimento que se chega ao portal, jamais por deslize. A chave está escondida e o Caminho é longo e profundo, é preciso ter coragem e ser sutil e então o segredo se revela e, finalmente, mudamos.
Estamos sempre indo para casa.
Sussurro para mim mesma todas as profecias: a dor é um mistério. Liberdade, sem se sujar, amor sem limites, só superando o medo e fazendo o que mais se teme. Não sou devedora. Não tenho sempre que fazer algo. Esse conhecimento suave derramou-se pelos meus dias e a partir dele tudo mudou profundamente, inundação de cores e luz, o nascimento de uma nova e leve realidade, complexa e ao mesmo tempo palpável e viva, como folha morna na palma da mão.
Só com a alma fresca é possível o resgate. A conexão e a união são primeiro uma conquista interna. Só o coração reconhece.
Pois só ao se despir de tudo é que o fogo pode brilhar de todo, chegando ao centro da tempestade. Apenas lá, no âmago do medo-amor-de-todas-as-coisas é que está a força de mudar a rota. Depois de ultrapassado o limite é que se abrem as trilhas desconhecidas do sentimento.
Não é mesmo para qualquer um. Morrer não se improvisa.
É uma honra.
Ser o que é.

2 comentários:

Drica disse...

"alguma coisa acontece no quando agora em mim"...
você comnbina bem uma palavra com a outra e tudo então não é mais tão solto e sem nexo

Tiago.:.n disse...

num dos universos
ecoa o que se assumiu
solene invisível
dá cor aos versos
beleza plausível
tão terso
quanto a folha morna
que caiu